Conclui hoje a leitura de um dos melhores livros que já li: Ensaio Sobre a Cegueira, de José Saramago, Nobel de Literatura.
Trata de uma epidemia de cegueira singular a partir de um motorista parado no sinal que se descobre subitamente cego. É o primeiro caso que logo se sucede incontrolavelmente. Resguardados em quarentena, os cegos se perceberão reduzidos à essência humana, expondo seus extintos primários na luta por suas necessidades indispensáveis.
Trata-se de uma leitura densa, que relata os dilemas dos seres humanos encarcerados e que se vêem obrigados a confiar uns nos outros com o intuito de manter a dignidade. Somente uma mulher não é atingida pelo mal branco que se alastra pela cidade desconhecida.
Terminada a leitura assisti ao filme baseado no livro homônimo. Possui um elenco respeitável, contudo, em minha opinião, a adaptação, embora seja fiel aos principais elementos do livro, segue a tendência de migrar para a esfera comercial.O livro é mais trás elementos mais abjetos, indo a fundo ao que tange à degradação.
O filme, porém, não é tão grotesco, pois um estupro coletivo é difícil de ser imaginado e não precisa de representação gráfica das obscenidades descritas na obra. Assim, detalhes como esse, receberam um tratamento menos agressivo na versão cinematográfica.
Enfim, toda a trama adaptada de uma obra, geralmente, divide opiniões e não seria diferente nesse caso, porque se trata de um escritor expressivo, um Nobel. De outro lado um Diretor Cinematográfico talentoso.
Salvo as alterações solicitadas pelo próprio autor após assistir a pré-estréia e a suavização requerida por excelência, podemos dizer que é uma boa adaptação. Entretanto, nenhuma adaptação, por melhor que seja, substitui a magia de um livro.
Modestamente, recomendo a leitura. Porém, acho válido e respeito aquelas pessoas que preferem a versão cinematográfica.
9 de fev. de 2009
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